Educar para santidade
(29/01/1900 – 02/06/1945)
(coletânea de textos traduzidos por Frei José Gregório Lopes Cavalcante Júnior, OCD)
A primeira reação relatada do pequeno Lucien é o sorriso que o bebê dirige a seus pais perto do açude Saint Germain, meta de sua peregrinação. Sorriso de bem-estar dum pequeno corpo que sente renascer nele uma vida que todo mundo, inclusive a medicina, acreditava a ponto de acabar-se; sorriso que responde à oração da Senhora Bunel: “Meu Deus, deixai-o comigo até os vinte anos, depois levai-o, ele vos pertence, mas dai-me a alegria de vo-lo oferecer quando for grande”. Esse sorriso é a expressão da linha diretriz de sua vida, vida que se poderia chamar “imitação de Jesus Cristo”. Lucien é também surpreendido no sótão, trepado sobre uma cadeira, dirigindo-se sem dúvida a fantasmas, para louvar as belezas e as bondades de Deus. À mãe que o interroga, o menino responde: “é necessário que eu aprenda a falar aos homens”. Marcado com o selo de Deus, o pequeno Lucien já está voltado para o outro em sua busca do Senhor. Sua alma de criança já é uma alma de apóstolo pela palavra. Falará de Deus aos homens durante seu ministério de padre e educador, e até nos campos. Na outra extremidade de sua vida, continuará a dirigir-se a fantasmas humanos, tornados tais pela crueldade humana, e louvará ainda e sempre “as belezas e bondades de Deus”. O primeiro encontro com o outro marcará profundamente Lucien, quarto de oito filhos de uma família operária de Barentin. Tem nove anos. Brinca com seus irmãos e irmã, quando um mendigo lhe pede um pedaço de pão. Sem levar em conta a claríssima recusa de mamãe Bunel, Lucien corre à cozinha, parte um grosso pedaço de pão, põe-lhe queijo e o apresenta ao
mendigo. Este põe a mão sobre a cabeça do menino, dizendo: “Eu sabia, meu pequeno, que tu me darias meu pão; te agradeço, não tenho necessidade, que o Bom Deus te proteja!”.
A família Bunel