Edu lobo e carlos lyra: o nacional e o popular na canção de protesto (os anos 60)
FFLCH-USP
RESUMO
Trata-se de um estudo sobre as possíveis conexões entre a canção de protesto (Edu Lobo, Carlos Lyra) e os discursos do CPC durante os anos 60. As criações artísticas são analisadas com vistas a captar os vínculos entre o nacional-popular na canção brasileira e o impressionismo (C. Debussy), o cool-jazz (Miles Davis), Rodgers and Hart, Heitor Villa-Lobos (modernismo), Waldemar Henrique.
Palavras-chave: música de protesto, nacional-popular, linguagem. ABSTRACT
This is a study if the possible connections between the protest song (Edu Lobo, Carlos Lyra) and the CPC discourses in the 1960s. The artistics creations are analysed with a view to pointing out the ties between the national-popular in Brazilian song and the impressionism (C. Debussy), the cool-jazz (Miles Davis), Rodgers and Hart, Heitor Villa-Lobos (modernism), Waldemar Henrique.
Key words: protest song, national popular, language.
"Quem me dera agora/
Eu tivesse a viola pra cantar."
(Ponteio. Edu Lobo/Capinam)
"Pobre samba meu /
Foi-se misturando, se modernizando/ E se perdeu/
E o rebolado, cadê?
Não tem mais.../"
(Influência do jazz. Carlos Lyra) A CANÇÃO DE PROTESTO: ALGUMAS REFLEXÕES
O surgimento de novos mitos da música popular, presos a uma explicitação mais política de suas linguagens - poética e musical -, favoreceu a ampliação de um mercado consumidor desse imaginário. Muitos dos artistas envolvidos com a canção participante, tais como Carlos Lyra, Edu Lobo, Sérgio Ricardo, Geraldo Vandré, César Roldão Vieira, inspiraram-se em algumas ideias divulgadas pelos Centros Populares de Cultura, pelo Teatro de Arena pelos debates promovidos pela UNE nas Universidades.
Muitos desses artistas envolveram-se, em determinadas fases de suas carreiras, com projetos culturais inspirados na função social e política da música, ora