Edilson
A especificidade destes "fenómenos sociológicos" consiste no facto de serem "agidos e vividos" pelos indivíduos. Contrariamente aos factos naturais, eles implicam uma atitude, uma representação. O conceito de atitude liga o plano psicológico e o plano social, porque a atitude traduz a posição de um sujeito face a um problema colectivo e a intenção de assumir uma certa escolha, um certo papel.
A noção de papel constitui igualmente uma ponte entre as perspectivas psicológica e sociológica porque supõe um nível individual e um nível colectivo. Num certo sentido, os papéis preexistem ao agente sob a forma de conduta em função de um determinado estado, de uma determinada situação. Cada sujeito assume o seu segundo papel segundo o seu próprio estilo.
Deste modo, existe num grupo organizado, uma certa repartição de papéis que preexiste às pessoas e no interior dos papéis, há os problemas das atitudes, uma vez que cada um desempenha o seu papel de acordo com a sua atitude pessoal. NA NOÇÃO DE "PAPEL", PODEMOS DISTINGUIR DOIS ASPECTOS: um aspecto afectivo, funcional
(que está em relação com uma posição social, com referência a regras e costumes; digamos que é o lado sério do papel, por exemplo, assume-se o papel de pai, de chefe, de conselheiro, etc.), um aspecto imaginário, teatral
(desempenha-se um papel; assume-se uma personagem; põe-se uma máscara que permite a dissimulação da identidade e a identificação da forma imaginária, quer ao nível da linguagem, quer dos fantasmas). PODEMOS DISTINGUIR TRÊS NÍVEIS DE ABORDAGEM À NOÇÃO DE "PAPEL":
Nível institucional ou perspectiva sociológica
(O papel é uma prescrição; é imposto em função do lugar que ocupamos na sociedade. O papel é o aspecto dinâmico da posição; o estatuto, o aspecto estático. No meio profissional e não só, o papel sobrepõe-se ao estatuto, o papel suscita o estatuto. O estatuto determina o comportamento do indivíduo,