Edi O 240
O que fazer com a sobrecarga informativa? Em artigos recentes, tenho reproduzido conceitos de meu livro Você, um Grande Negociador, destacando temas como gestão da mudança e reinvenção. Evidentemente, tenho insistido na tese de que é preciso atualizar conhecimentos. Este, no entanto, tem sido o principal problema de muitas organizações e profissionais. Afinal, conhecimento é aquilo que você obtém ao selecionar informações. É aquilo que gera valor, melhorando sua vida e os seus negócios. Hoje, principalmente por conta da multiplicação dos canais digitais, os incautos e ingênuos tendem a submergir no mar turvo da informação. Os norte-americanos denominam a sobrecarga informativa de “information overload”, mas também de infobesity e infoxication. Quando ocorre o fenômeno, as pessoas sofrem para selecionar os dados realmente relevantes e, em consequência, tendem a se atrapalhar no momento de tomar decisões. Em suma, segundo os especialistas, uma “information overload” ocorre quando a quantidade de dados inseridos em um sistema, humano ou cibernético, excede sua capacidade de processamento. O problema não é novo. O sociólogo alemão Georg Simmel (1858-1918) já alertava que a sobrecarga de sensações no moderno mundo urbano industrializado tornava as pessoas cansadas e impedia que reagissem de forma adequada a novas sensações. Analisemos de que forma isso ocorre na sociedade digital.
1. Vivemos um período de acirrada concorrência midiática, que se estende para fora do território dos jornais e das emissoras de TV. Entre os atores sociais, há uma disputa para se anunciar a novidade. 2. Muitas vezes, algo não é necessariamente novo, mas é vendido como tal. Muitas coisas irrelevantes são rotuladas como fundamentais aos negócios e à propria vida. 3. A Internet duplica, triplica, multiplica toda a informação, até mesmo o lixo informativo. 4. Boa parte da informação está desconectada de seu contexto histórico.