Economia
Dolly entrega fitas ao Cade com acusação contra Coca-Cola
O presidente da Dolly Refrigerantes, Laerte Codonho, promete entregar hoje, em Brasília, a representantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), oito fitas de vídeo em que o ex-diretor da Coca-Cola, Luis Eduardo Capistrano do Amaral, teria admitido atos desleais contra a empresa de refrigerantes brasileira. A Coca-Cola, em nota oficial, nega as acusações de Codonho. O ex-presidente da Panamco (engarrafadora da Coca-Cola), Jorge Giganti, citado erroneamente pela Agência Estado como interlocutor de Codonho nas gravações também emitiu uma nota rebatendo as acusações.
Codonho conta que, na primeira fita, o executivo da Coca-Cola afirma que a matriz da companhia nos Estados Unidos o designou para tirar a Dolly do mercado. Em outro trecho, Amaral teria admitido que a Dolly estaria incomodando a Coca-Cola pelo aumento do consumo do sabor guaraná em detrimento do cola.
De acordo com o presidente da Dolly, as fitas mostram ainda o executivo da Coca-Cola admitindo o fato de ter iniciado a divulgação de um e-mail que continha informações que depunham contra a Dolly – fixando o texto até mesmo em pontos de ônibus e postos de saúde. O conteúdo dizia que os refrigerantes dessa companhia faziam mal à saúde e já haviam causado a internação de mais de 23 pessoas.
"Ele ainda admitiu que montou um esquema de espionagem na fábrica de Diadema, método dos mais baratos e eficientes para derrubar a concorrência", afirma. "Sem contar que ele disse que eu tinha sorte por não ser mexicano, porque lá (no México) eles matam todo mundo", diz.Os advogados da Dolly protocolaram a denúncia contra a multinacional norte-americana há cerca de 15 dias no Cade, pedindo a aplicação da Lei Antitruste por concorrência desleal e abuso do poder econômico.
Coca-Cola
Em nota oficial, divulgada por sua assessoria de imprensa, a Coca-Cola negou as acusações feitas pelo fabricante