Economia
A economia do Brasil, ao adentrar os ditames do capitalismo industrial e financeiro, passou a conviver com as contradições de um país economicamente dependente que deveria encontrar soluções para valorizar sua moeda e desenvolver sua economia. No entanto, promover esse desenvolvimento exigia do governo a contração de empréstimos a serem empregados na contratação de funcionários e no financiamento de obras que, muitas vezes, acabavam deixando o Brasil completamente endividado. Uma solução usual adotada pelo Estado para sanar este problema era fabricar o dinheiro necessário para que tivesse condições de honrar uma considerável parte de seus compromissos financeiros. A solução parecia ser prática e viável, mas, infelizmente, a circulação de papel-moeda em uma economia que não tem riquezas correspondentes àquele total de dinheiro disponível acaba desvalorizando a moeda. Conseqüentemente, o preço das mercadorias sobe e os trabalhadores – que tem sua renda fixada em uma determinada faixa salarial – têm o seu poder de compra reduzido, o que acaba aumentando o já tão penoso custo de vida. Até aqui, pode-se perceber que um dos fatores responsáveis pela crise inflacionária está intimamente ligado à contração de dívidas. No Brasil essa contração de dívidas tem longa data e veio se desenhando desde o período colonial, quando diversos exploradores requeriam da Coroa Portuguesa empréstimos para financiar suas atividades. Passando para a monarquia, temos o governo de Dom Pedro I inaugurado por uma dívida de dois milhões de libras esterlinas, usadas na “compra” efetiva de nossa independência. Mas as décadas de 1960 e 1970 que realmente simbolizam o início do desequilíbrio econômico no Brasil. Naquele período, os índices de inflação chegavam a aproximadamente 40% ao ano. Pouco mais adiante, a década de 1980 foi marcada pela conjunção de dois fatores: forte