Economia
Prof: Laerte Oliani
Disciplina: Economia Monetária
Data: setembro de 2010
Países promovem ''guerra de moedas'' - Governos desvalorizam câmbio para proteger indústria e garantir exportação
Jamil Chade - O Estado de S.Paulo - 19 de setembro de 2010 | 0h 00 [pic]
Dois anos após a quebra do banco Lehman Brothers, economistas, a ONU e até governos dizem que o mundo dá sinais de ir na mesma direção da "guerra das moedas" iniciada em 1931, após a quebra da Bolsa de Nova York. Naquele ano, o banco central inglês desvalorizou a libra esterlina em 24%, medida seguida por vários países. Os Estados Unidos acabariam tomando o mesmo caminho em 1933.
Intervenção. Japão anunciou medidas para manipular o iene e tentar garantir uma retomada das exportações; medida provocou alta na Bolsa
Ao desvalorizar suas moedas - ou pelo menos impedir sua valorização -, governos tentam proteger suas indústrias nacionais e garantir renda com as exportações. Na prática, exportam suas crises a seus vizinhos.
Um relatório da ONU constatou, porém, que o mais preocupante é que não existe nenhuma lei ou mecanismo nos organismos internacionais que impeçam países de usar a moeda para uma "desvalorização competitiva". Para tornar a situação mais complexa, países que raramente intervêm no cambio e defendem a flutuação de moedas mudaram radicalmente a postura.
O primeiro país industrializado foi a Suíça. Em 2009, US$ 37 bilhões das reservas do país foram gastos para segurar a valorização da moeda. Em 2010, já foram mais US$ 14 bilhões.
Nesta semana, o Japão anunciou medidas para manipular o iene e tentar garantir a retomada das exportações. A moeda havia atingido a maior alta em relação ao dólar em 15 anos. O primeiro-ministro Naoto Kan defendeu a medida, dizendo que o iene havia chegado a níveis "que não poderiam mais ser permitidos".
Na Europa e EUA, a medida foi recebida com surpresa e preocupação. Para Jean-Claude Juncker,