O CONTEXTO FILOSÓFICO Os Problemas Fundamentais da Filosofia Antiga Inicialmente a totalidade do real era vista como physis (natureza) e como cosmos. Assim, o problema filosófico por excelência era a questão cosmológica. Os primeiro filósofos, chamados de “físicos”, “naturalistas” ou “cosmólogos”, propuseram-se os seguintes problemas: Como surgiu o cosmos? Quais são as fases e os momentos de sua geração? Quais são as forças originárias que agem nesse processo? Com os sofistas, porém, o quadro mudou. A problemática do cosmos entrou em crise e a atenção passou a se concentrar no homem e em suas virtudes específicas. Nascia assim a problemática moral. Com as grandes construções sistemáticas do século IV a.C., a temática filosófica enriqueceu-se ainda mais, distinguindo alguns âmbitos de problemas (relacionados com a problemática do todo) que, ao longo de toda a história da filosofia, iriam permanecer como pontos paradigmáticos. Platão descobriria e procuraria demonstrar que a realidade ou o ser não é de um único gênero e que, além do cosmos sensível, existe também uma realidade inteligível que transcende o sensível, descobrindo assim o que mais tarde seria chamado metafísica (o estudo das realidades que transcendem as realidades físicas). Essa descoberta levaria Aristóteles a distinguir a física propriamente dita, como doutrina da realidade física, da metafísica, precisamente como realidade suprafísica. E, assim, a física veio a significar a ciência da realidade natural e sensível. Os problemas morais se especificaram, distinguindo-se os dois momentos da vida: o homem individualmente e o homem em sociedade. E assim nasceu a distinção dos problemas éticos propriamente ditos em relação aos problemas mais propriamente políticos. Com Platão e Aristóteles seriam fixados os problemas da gênese e da natureza do conhecimento, bem como os problemas lógicos e metodológicos. E, examinando bem, veremos que esses problemas constituem uma explicitação da característica da