Economia
O GOVERNO LULA
LINHAS GERAIS
Lula finalmente é eleito em 2002. Recebeu a economia com o dólar em R$ 3,50 e juros acima de 20% ao ano. O cenário era de incerteza e recessão por causa da crise argentina. A respeito de seu governo sempre será levantada a hipótese de golpe de sorte
(pelo fato de ter enfrentado menos crises que o governo FHC) ou pela competência. O fato é que a única grande crise enfrentada pelo PT desde 2003 foi a crise americana de 2008.
O governo sempre se defendeu das críticas negativas utilizando a tese da “herança maldita” deixada por FHC e pelo neoliberalismo. Também acusou o governo anterior de praticar “populismo cambial”, quando este afirmava que o Real forte aumentara o poder de compra dos brasileiros.
O fato é que Lula, apesar de criticar os tucanos, manteve o sistema de metas de inflação altíssimo (dobro da média mundial) e colocou um banqueiro (Henrique Meirelles) no BACEN. No primeiro ano o PIB cresce apenas 1,1%.
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Mestre em História Econômica pela Universidade de São Paulo, economista, historiador, especialista em
Segunda Guerra Mundial, romancista. Professor do Departamento de Ciências Gerenciais da Universidade
Nove de Julho.
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Ano:
2003
2004
2005
2006
PIB %:
1,1
5,7
3,2
4
Inflação %:
9,3
7,6
5,69
3,14
Os outros países emergentes (China, Índia e Rússia) cresceram praticamente o dobro. O crescimento brasileiro foi baseado numa dívida pública em 60% do PIB e carga fiscal superior a 2/5 da produção. O Brasil arcou com a grande demanda mundial de commodities (principalmente para China). As exportações não cresceram em volume, mas em valor.
A economia brasileira cresceu menos que os emergentes por causa da infra-estrutura e pelo “custo Brasil”. Quanto a isso Lula nada teria feito, não fosse o PAC (Plano de
Aceleração do Crescimento). O investimento público foi situado em níveis insuficientes.