ECONOMIA
O outro é o de que a política é a arte de conquistar e de manter o poder. Este é o conceito derivado das interpretações mais correntes da ciência política moderna, pois se diz neutro, tendo em Maquiavel o seu ideólogo. Neste sentido foge de qualquer consideração de natureza ética.
Max Weber chamou de ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade, conforme defini no primeiro parágrafo e, já na política prevalece a ética da responsabilidade que leva em consideração as consequências das decisões que os grupos ou partidos políticos adotam.
Todavia, é reconhecida a enorme fragilidade partidária brasileira que demanda alianças, acordos, trocas de favores e benefícios – na maioria das vezes tão republicanos – nas esferas municipal, estadual e federal.
Ademais para ganhar o apoio dos (as) cidadãos (ãs) na conservação e na estabilização do poder, por meios válidos, como propostas plausíveis e discursos comprometidos em prol da comunidade, outros mecanismos também são usados como o fisiologismo, clientelismo, o populismo e, até mesmo a corrupção, têm sido os instrumentos mais vorazes para a conquista e a manutenção do poder. Nesta perspectiva para Luiz Carlos Bresser Pereira, a expressão “ética da responsabilidade” é uma forma mitigada do clássico princípio republicano de Maquiavel de que os “fins justificam os meios”.
Talvez seja por isso que na política a ética parece perder a importância. A impressão é a de que a política não passa de uma disputa entre grupos que anseiam o poder e que influenciam a opinião pública de acordo com seus interesses.
Também é condição sine qua non a participação da sociedade em toda a sua extensão na fiscalização do trato com a coisa pública. Creio que essas atitudes possam indicar os caminhos de superação do antagonismo entre ética e política.
A ética deve ser a sustentação moral da política, ou seja, a sua seiva. Ambas são