Economia
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Pautadas pelas condições aquecidas de demanda, vendas no varejo mostraram forte crescimento em 2010, apesar da desaceleração observada em dezembro
A forte expansão das vendas no varejo em 2010, em relação a 2009, conforme divulgado há pouco pelo IBGE, confirmou nossa avaliação de que a economia doméstica teve um desempenho bastante forte ao longo do ano passado, pautada pelo crescimento do emprego e da renda, aliado à evolução favorável da confiança e do crédito. Apesar do resultado mais fraco do que esperado em dezembro (estabilidade de crescimento na margem contra nossa expectativa de alta de 0,3%), o volume de vendas do comércio varejista se expandiu 10,9% no acumulado do ano, em relação ao ano anterior, sendo que, ao incorporarmos as categorias de veículos e materiais de construção, as vendas mostraram crescimento de 12,2%. Por grupos de atividades, todos os setores apresentaram crescimento elevado ao longo de 2010, dentre os quais vale destacar a alta de 8,7% das vendas de super e hipermercados, componente de maior peso nas vendas restritas, enquanto que móveis e eletrodomésticos e equipamentos de escritório e informática cresceram 18,3% e 24,1%, respectivamente. No caso das vendas ampliadas, os setores de veículos e partes e materiais de construção mostraram altas de 14,1% e 15,6%, nesta ordem, em relação a 2009, refletindo a expansão da renda real (3,8%) e do crédito ao consumo (18,8%) no período. Especificamente em dezembro, a estabilidade na margem, em termos dessazonalizados, configurou uma surpresa negativa, ficando abaixo das nossas expectativas e da alta de 0,8% verificada em novembro. Apesar disso, a avaliação é mais favorável quando analisamos a abertura, sendo que o resultado total foi influenciado principalmente pela queda marginal de 0,5% das vendas de hiper e supermercados, enquanto a maior parte dos setores revelou crescimento nesta base de comparação. Por outro