Economia política da crise 10 de janeiro 2009
10 de janeiro 2009 Encontrei em um sebo um antigo livro de Peter Drucker, A REVOLUÇÃO INVISIVEL, Como o Socialismo Fundo de Pensão Invadiu os Estados Unidos (São Paulo, Editora Pioneira, 1977). O livro foi visionário. Uma leitura atenta do mesmo vai mostrar que Drucker conseguiu fazer a economia política dos fundos de pensão, destrinchando as contradições internas do seu modo de funcionamento. Meu ponto é que não compreenderemos a sociedade norte-americana de hoje sem voltar ao que Drucker escreveu. Toda a crise que estamos vivendo de certo modo está lá antevista. Parece maluquice, mas dizer que a sociedade norte-americana caminhou decisivamente para uma forma socialista é a expressão da pura verdade. Meus leitores deverão lembrar-se da resenha que fiz do livro do Jonah Goldberg, LIBERAL FASCISM, no qual o autor mostra a evolução das forças políticas nos EUA ao longo do século XX. Goldberg demonstra que a sociedade norte-americana tornou-se essencialmente fascista, dando destaque para Hillary Clinton, que à época da publicação do livro parecia ser a provável vencedora da disputa das prévias do Partido Democrata. Obama ganhou, mas só o conseguiu com o apoio do clã Clinton, ele que está à esquerda da sua adversária nas prévias. O livro de Drucker vai mostrar que o mesmo movimento em busca socialismo aconteceu na base real da economia, com o chamado socialismo de fundos de pensão. O fenômeno político está perfeitamente refletido na infraestrutura econômica. Podemos ver o tom de alarme de Drucker (escrito em 1975) já no primeiro parágrafo do livro: “Se o ‘socialismo’ for definido como ‘a propriedade dos meios de produção pelos trabalhadores’ – e essa é não só a definição ortodoxa, como também a única rigorosa – então os Estado Unidos são a primeira nação realmente ‘socialista’. Através de seus fundos de pensão, os empregados das empresas americanas possuem hoje, no mínimo, 25% do capital acionário destas, o que é mais do