economia da china
Um fator importante a definir o piso de crescimento será a geração de emprego. O governo chinês sempre temeu a frustração dos recém-formados, sobretudo os que saíram do campo para estudar na cidade e que, sem emprego, dadas as regras de mobilidade geográfica vigentes, têm que voltar ao local de origem.
Na era das redes sociais, lidar com jovens insatisfeitos é, em toda parte, arriscado.
Mas há outros pontos relevantes na equação. O crescimento elevado obscurece o empenho por reformas. Agrada os conservadores e dirigentes locais. A ala reformista do partido sabe que, sem mudanças, a China perderá gás.
A impressão que fica é que formar consensos internos está mais trabalhoso do que se imaginou. Há quem tenha começado a duvidar da própria determinação do presidente Xi Jinping em enfrentar o custo político de grandes transformações.
Esta semana, numa reunião em Hubei, Xi voltou a defender a necessidade de reformas. Numa de suas falas, indicou que "a chave é aprofundá-las em todas as áreas". Desde que assumiu, em março, o governo parece estar seguindo uma ordem planejada de decisões.
O primeiro passo foi ampliar a disciplina partidária, expor casos de corrupção e condenar diversos membros do partido a penas pesadas. O segundo tem sido o anúncio de mudanças que funcionam mais como balões de ensaio.
Dois exemplos: (1) Xangai foi autorizada a flexibilizar a regra do hukou (documento de origem territorial das famílias), de modo a facilitar a legalização de trabalhadores originários de outras partes da China; (2) os bancos foram liberados para oferecer juros de empréstimos a seus tomadores, abaixo da faixa fixada pelo Banco Central.