Economia Brasileira
Setor Externo e a Economia Brasileira
O setor externo, desde o início da industrialização no Brasil, teve um papel importante e contraditório na nossa economia, ou seja, o financiamento externo impulsionou o crescimento e desenvolvimento da indústria no país, porém ao mesmo tempo o país foi criando uma grande dívida externa. A indústria brasileira tornou-se o principal fator de crescimento do país a partir da Grande Depressão dos anos 1930. A crise da economia cafeeira foi um grande estímulo para o aprofundamento da industrialização, iniciada já nas décadas finais do século XIX. O avanço da industrialização deu-se por meio do processo de substituição de importações, começando com bens de consumo não-duráveis, como alimentos e tecidos, e evoluindo na direção de bens de consumo duráveis e de capital. Nos anos 1980, a economia brasileira foi marcada por graves desequilíbrios externos e internos. Logo no início da década, o país enfrentou sua mais grave recessão desde a Grande Depressão. Em 1982, as autoridades econômicas recorreram formalmente ao FMI, em um momento de grande turbulência internacional causada pela moratória da dívida externa mexicana. Ao mesmo tempo em que caía o PIB brasileiro, a inflação começava a alçar um vôo que a transformaria, no final de 1989, em uma hiperinflação. A chamada década perdida caracterizou-se pela queda nos investimentos e no crescimento do PIB, pelo aumento do déficit público, pelo crescimento das dívidas externa e interna e pela ascensão inflacionária. O PIB apresentara um crescimento médio de 7% entre 1947 e 1980, caindo para 2% entre 1981 e 1990. Em função deste desempenho medíocre do PIB, a renda per capita manteve-se praticamente constante ao longo da década de 1980. Em um primeiro momento — entre 1981 e 1983 —, a diminuição no ritmo de crescimento foi atribuída ao esforço de ajustamento imposto pela crise da dívida. Numa segunda etapa — 1984 a 1986 —, a balança comercial foi reequilibrada devido à