ECONOMIA BRASILEIRA
BRASÍLIA - O Banco Central derrubou a previsão de crescimento para este ano de 1,6% para 0,7% por causa de queda nos investimentos, desaceleração do consumo das famílias, retração na indústria e agricultura menos dinâmica. A autarquia ainda não espera uma grande recuperação da atividade econômica no ano que vem. De acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado nesta segunda-feira, a autoridade monetária aposta numa expansão de apenas 1,2% no acumulado em um ano ao fim do segundo trimestre, o limite de projeção do BC.
É a segunda vez este ano que a autoridade monetária reduz a previsão para o PIB brasileiro em 2014. Na semana passada, o governo federal reduziu de 1,8% para 0,9% a previsão de avanço da economia este ano, em relatório do Ministério do Planejamento. Mas, ainda assim, as duas projeções estão muito acima das expectativas do mercado: pesquisa do BC divulgada nesta segunda-feira mostra que os analistas reduziram pela 18ª semana seguida as previsões para o PIB brasileiro, desta vez de 0,3% para 0,29%. Em 2015, a estimativa permaneceu em 1,01%.
Nesse cenário traçado pelo Banco Central, o investimento deve encolher, em 2014, muito mais que o estimado no relatório trimestral de junho. A previsão passou de uma queda de 2,4% para nada menos que corte de 6,5%. Já o consumo das famílias deve desacelerar. O crescimento dos gastos do brasileiro — combustível do crescimento nos últimos anos — deve ficar em 1,6%. A aposta anterior era de 2%.
Nas perspectivas do BC, a agropecuária não deve ter um resultado tão bom quanto o esperado anteriormente. E a indústria deve amargar uma retração maior que o estimado antes, apesar do bom desempenho dos setores de extração mineral e petróleo.
BC: MELHORA DEPENDE DA CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
O BC pondera que esse ritmo de crescimento menor tira pressão sobre a inflação e isso é benéfico para a economia. O Comitê de Política Monetária (Copom) vê um alinhamento entre oferta e demanda e espera