economia brasileira
José Luís Oreiro
Publicado por jlcoreiro em 22 Dezembro 2009
A partir da década de 1930, período em que o país inicia, definitivamente, a fase de industrialização, batizada como Processo de Substituição de Importações (PSI), que promove, até meados de 1970, uma revolução na estrutura produtiva, fazendo com que o produto agregado na indústria supere a secular e tradicional agricultura.
De outro lado, o processo que provoca a reversão do crescimento e da participação da indústria na produção e na geração de empregos é conhecido por “desindustrialização”.
Em um conceito mais abrangente, a desindustrialização seria caracterizada como uma situação na qual tanto o emprego industrial como o valor adicionado da indústria se reduzem como proporção do emprego total e do PIB, respectivamente.
Algumas questões são apontadas como responsáveis pela desindus-lização, entre elas:
• Excessiva valorização cambial
• Altas taxas de juros
• Estrutura tributária ineficiente
• Problemas de infraestrutura
• Excesso de burocracia
• Grande vantagem comparativa na produção de bens primários
• Acumulação insuficiente de poupança
• Educação formal insuficiente e baixa qualificação da mão de obra
A grande capacidade e eficiência para produzir (e exportar) commodities minerais, agrícolas e pecuárias provocam expressiva entrada de moedas conversíveis no país (principalmente dólar norte-americano e euro), gerando excesso de oferta no mercado de câmbio, fazendo com que o real se valorize em relação a outras moedas. Esse fenômeno passou a ser conhecido na literatura econômica como “doença holandesa”, devido à descoberta, ainda na década de 1960, de reservas de gás na Holanda, o que fez aumentar as exportações desse produto para toda a Europa e gerou uma supervalorização da moeda local, o que prejudicou a competiti-vidade de outros produtos exportáveis, notadamente os bens industrializados.