eco design
ECODESIGN
por ARMANDO PINTO, LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Ventilação de edifícios de habitação:
Qualidade do ar interior e eficiência energética
Princípios gerais da proposta para a revisão do RCCTE
1. Introdução
No atual contexto de aplicação do RCCTE as perdas térmicas associadas à renovação do ar são muito relevantes, chegando a corresponder a mais de 50% das perdas térmicas na estação de aquecimento.
Para assegurar a qualidade do ar interior os edifícios devem ser ventilados em permanência, sendo definido no RCCTE uma taxa mínima de renovação de ar de 0,6 h-1, em condições médias de funcionamento.
Como solução de “referência” no RCCTE para assegurar a QAI e a eficiência energética é considerado um sistema de ventilação natural com uma taxa de renovação de ar de 0,6 h-1 a 0,8 h-1.
No RCCTE, no cálculo das perdas térmicas de edifícios com ventilação natural são consideradas taxas de renovação de ar convencionais que variam entre
0,6 a 1,35 h-1. Estes são valores elevados, que foram estabelecidos para penalizar soluções de maior permeabilidade ao ar da envolvente e sem grelhas de ventilação. Em diversos edifícios, as taxas de ventilação são substancialmente inferiores aos valores do
regulamento (figura 1), tendo sido medidos valores de 0,2 h-1 em alguns casos, o que pode comprometer a qualidade do ar interior devido aos elevados teores de humidade (superior a 80%, Figura 2), da concentração de CO2 (atinge 4000 ppm) e de outros eventuais poluentes.
Numa fração foi medida uma taxa d erenvação de ar de 0,2 h-1, e no entanto esta tem uma taxa de renovação de ar convencional de 1,05 h-1 de acordo com o RCCTE. Esta baixa taxa de renovação de ar é justificada, dado tratar-se de uma fração sem aberturas de admissão de ar, com janelas de correr que pertencem à classe 3 de permeabilidade ao ar e que tem persianas com caixas de estores exteriores, não tendo assim aberturas ou frinchas que permitam o