Durkheim
Os filósofos dogmáticos, como Platão e Aristóteles, afirmavam a possibilidade de obter o conhecimento total da verdade, um conhecimento indubitável, e era isso que eles buscavam. Ser filósofo consistia em ser sábio, observar e estudar tudo que tinha como característica “ser”, ou seja, tudo o que existe.
Alguns viam, na filosofia, uma ciência. Mas, segundo Lebrun, não há como categorizar-la desta forma. A investigação realizada pela filosofia é totalizante, pelo fato de estudar tudo o que existe; já a da ciência, é regional, o que torna o estudo muito mais rico e mais profundo. Sem contar que a linguagem científica é bem complicada. A partir do momento que a filosofia toma essas características para si, se torna uma visão contemporânea do dogmatismo filosófico. A linguagem filosófica deve ser dialética, não séria, nem leviana. Falar legitimamente não significa falar seriamente.
A filosofia também não precisa buscar a verdade absoluta, porque seu dever é produzir sentido, e não, verdade. Esse novo filosofar, de Lebrun, consiste em criar conceitos. O que são conceitos? Antes era o que fundamentava uma teoria, agora é o que garante a inteligibilidade às coisas, tornando-as menos caóticas. Esse ato de amenizar o caos é o jogo de sentido, que deve ser praticado a todo custo, ou seja, o filósofo deve achar inteligibilidade em qualquer coisa.
Lebrun espera que a filosofia não seja uma retórica irrefutável, assim como é representada no dogmatismo filosófico. Por isso é fácil perceber que este é o contraste com o jogo de sentido, que é bem mais aberto, entendível e descontraído.
BIBLIOGRAFIA
LEBRUN, Gerard Por que filósofo? A Filosofia e sua História. Org: Carlos Alberto Ribeiro de Moura, Maria Lúcia M. O. Cacciola, Marta Kawano. Brasil, Editora COSACNAIFY, 2006.