Drs - cooperativismo

CATADORES
São poucos, os catadores que vivem do lixo por opção, ou simplesmente, para complementar a renda familiar. E muitos os que vivem em favelas e bairros suburbanos, trabalham por mais de 10 horas e percorrem mais de 12 km/dia. Chegando a ganhar entre R$ 5,00 e R$ 15,00 diários, alguns trabalham acompanhados dos filhos e crianças de colo, reviram sacolas de lixo, sem muitas vezes sequer se alimentarem durante o trabalho (SEMMA, 2006).
Alguns fatores contribuem para o ingresso destas pessoas na atividade de coleta de recicláveis: falta de vagas no mercado formal, baixa qualificação, faixa etária, além de questões sociais, como antecedentes criminais. Isto, não significa que a totalidade dos trabalhadores do setor tenha este perfil.
A situação se torna ainda mais grave, pelo fato das empresas de revenda de material reciclável explorarem essas pessoas, já que estas não possuem organização e força no mercado. Desta forma, uma maneira de se melhorar as condições dos catadores é a implementação de grupos, associações e cooperativas que promovam a conscientização e implementação da coleta seletiva, aumentando o volume arrecadado e assim o poder de barganha dos associados, além de instruí-los sobre a situação do lixo, fazendo com que eles levem essas informações a população, conscientizando esta e trazendo dignidade aos catadores.
Vale considerar, que a formação dessas estruturas de cooperação deve ser precedida de orientação aos envolvidos, para que sejam apresentadas vantagens, desvantagens e o compromisso necessário. No município de Bauru várias foram as tentativas para se ampliar o número de famílias atendidas pela Cooperativa de Trabalhadores em Materiais Recicláveis
(COOTRAMAT), mas há certa resistência dos catadores neste sistema, especialmente porque os mesmos acreditam que a divisão do trabalho não será compatível com os lucros, e pela falta de laços sociais entre os participantes, o que gera desconfiança sobre o repasse dos
valores