Drogas
A história da riqueza do homem
Cap. VIII ao XIV.
Páginas 93 a 182
C A P Í T U L O V I I I
“Homem Rico...”
QUANDO o presidente dos Estados Unidos, às três e dez da tarde de 31 de janeiro de 1934, assinou uma proclamação decretando que o número de grãos de ouro num dólar fosse reduzido de 25,8 para 15 5/21, estava seguindo um velho costume espanhol. Era também um velho costume inglês, francês e alemão. A desvalorização da moeda é um recurso que tem séculos de idade. Os reis da Idade Média que desejavam ter o dom de Midas, de transformar tudo em ouro, recorriam à desvalorização da moeda como substitutivo adequado para conseguir dinheiro.
Quando o Presidente Roosevelt reduziu a percentagem de ouro do dólar, seu objetivo primordial foi o de elevar os preços. O fato de que essa redução tivesse dado ao Tesouro dos Estados Unidos um lucro de cerca de 2 bilhões e 150 milhões de dólares foi apenas incidental. Para os reis da Idade Média, porém, o objetivo principal era o lucro. Não queriam elevar os preços, mas estes se elevavam assim mesmo, devido à desvalorização.
O que significa a desvalorização da moeda, e como provoca lucro imediato para o soberano e aumento dos níveis de preço?
A desvalorização significa simplesmente menor quantidade de ouro ou prata nas moedas. Quando o rei determinava que a prata antes empregada em uma moeda fosse dividida por duas, com o acréscimo de um metal de base ou sem valor, tinha duas moedas ao invés de uma. Nominalmente, o valor era o mesmo. A moeda continuava a ser chamada coroa, libra, mas na prática seu valor era de apenas a metade do valor anterior. Ora, se doze ovos são trocados habitualmente por um pedaço de pão, não devemos esperar continuar a receber um pedaço do mesmo tamanho, se oferecermos apenas seis ovos — mesmo que chamemos a essa meia dúzia de dúzia inteira. Da Mesma forma, não seria possível continuar recebendo pelo dinheiro