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Muitos pais e mães sentem sérias dificuldades no relacionamento com os seus filhos na altura da adolescência e, ainda que estes problemas tenham sido claramente exacerbados por alguns meios de comunicação que contribuíram para o enraizamento de alguns mitos, a verdade é que muitos adultos se queixam das dificuldades de comunicação nesta fase do ciclo de vida.
Nalguns casos, as dificuldades são suficientemente sérias para que seja necessária a intervenção de um terapeuta familiar. E numa fatia considerável destes pedidos de ajuda os comportamentos disfuncionais dos filhos adolescentes são apenas a face visível dos reais problemas da família.
Muitos dos equívocos de comunicação que surgem nesta altura estão relacionados com o processo de autonomização dos filhos que, já não sendo crianças, procuram construir a sua identidade testando limites, partilhando mais os seus afectos e as suas preocupações com o grupo de pares do que com os pais.
Por exemplo, esta é, de um modo geral, a altura da vida em que surgem os primeiros amores e a generalidade dos pais até é capaz de reconhecer que os filhos possam não querer falar abertamente sobre isso, mas podem sentir-se rejeitados se a comunicação começar a escassear. Se o adolescente anda sistematicamente irritado e/ou fechado sobre si mesmo, e rejeitar os mimos do pai ou da mãe, estes podem sentir-se preocupados e desorientados. Mas isso não significa que haja qualquer revolta da parte dos filhos. Na generalidade dos casos, os adolescentes preferem falar sobre os seus relacionamentos afectivos e sobre as suas frustrações com os amigos da mesma idade, mas isso não significa que desprezem a opinião dos pais. Sentem, isso sim, que o grupo de pares está mais capaz de compreender aquilo por que estão a passar. As pesquisas nesta área mostram que a maior parte dos jovens aponta os pais (ou outros adultos próximos) como as pessoas que mais influenciam as suas vidas, em