Drogas e cultura
A diversidade cultural no que tange à utilização de substâncias alteradoras do estado de consciência se dá no mesmo sentido da diversidade cultural geral, uma vez que diversos povos e culturas utilizaram-se de diversas substâncias das mais diferentes formas. Apresentaremos aqui uma condensação dessa diversidade cultural e de usos e substâncias, no intuito de mostrar a importância da interação das sociedades com essas elas e seus efeitos nos corpos e mentes dos membros desses grupos.
As “drogas” lícitas como as bebidas alcoólicas tem seu uso cultural mais propagado e amplamente aceito dentro da sociedade ocidental, sendo seu uso quase que indiscriminado e sem nenhum tipo de sanção barrando sua utilização, tais substâncias são mais amplamente aceitas pela sociedade por carregarem diversos sistemas de valor e estarem incorporadas no cotidiano da maioria das pessoas como cita Norberto Luiz Guarinello, falando sobre o vinho:
De todas as bebidas alcoólicas, o vinho talvez seja a mais diretamente associada à alimentação. Em países de baixo consumo per capita, como o nosso, seu consumo vincula-se a jantares ou ocasiões especiais. Já nos países onde seu consumo é mais tradicional, como a Espanha, a França ou a Itália, o vinho acompanha praticamente todas as refeições. Busca-se nele, talvez, menos seus efeitos inebriantes do que o prazer gustativo que proporciona. Por isso é frequente que se esqueça que o vinho também é uma “droga”, e poderosa.
Tais regalias na fiscalização do consumo não são a regra na maioria dos casos de utilização de “drogas”. Segundo Gilberto Velho, existem processos acusatórios dentro de uma sociedade que visam por um lado manter as ordens moral e estrutural que predominam dentro dessa sociedade, mas por outro acabam por evidenciar a crise vivida dentro daquela sociedade, uma vez que o acusado se desvio dos padrões de comportamento