Drogas pelo brasil entre 2005 e 2009
No Rio de Janeiro, o consumo de drogas está no centro de uma tragédia que envolveu duas famílias.
“Naquele sábado, dois jovens morreram. Uma foi enterrada e o outro respira ainda. É dor, remorso, sabe? É dificil, tá difiicl”, disse o pai de Bruno, Luiz Fernando Prôa.
Bárbara, 18 anos, morreu por asfixia, estrangulada. Bruno, 26, disse na delegacia que não se lembra do que aconteceu depois de ter consumido crack. Só percebeu o que tinha feito quando acordou. Em pânico, ligou para o pai.
“Ele diz que matou uma mulher que amava. Matou uma amiga que amava. Ele diz que vai se matar”, disse o pai de Bruno.
Luiz Fernando chamou a polícia e o filho foi preso em flagrante. Um erro sem volta para a família da moça, enterrada no domingo. E para a do rapaz não foi a primeira vez que um telefonema trouxe angústia e sofrimento.
“Cada telefone que tocava era uma sirene do Corpo de Bombeiros na cabeça da gente. Durante seis anos”, disse o pai.
Bruno passou por cinco internações e várias recaídas. Ficou com sequelas, como síndrome do pânico e depressão. Começou a frequentar um grupo de narcóticos anônimos. Uma luta que sensibilizava quem estava a sua volta. Bárbara, a moça do prédio em frente, tentou impedir que ele continuasse neste vício.
Numa carta, o pai desabafa e conta como é difícil internar um viciado no Brasil. Cita as políticas públicas, que exigem a vontade do próprio dependente.
Lembra da reportagem exibida no Jornal Nacional na semana passada sobre a mãe que construiu uma cela em casa, para tentar salvar o filho da droga.
Depois de 24 horas trancado dentro da cela, em casa, o jovem gaúcho ficou cada vez mais agressivo. Destruiu paredes, janelas e grades. Fugiu. E acabou internado pela oitava vez.
Bruno foi indiciado por homicídio e a pena pode chegar a 20 anos de prisão. “A gente tentava uma internação forçada, mas a cultura geral desses gestores desse problema, eles acham que um viciado em crack, um cara destruído