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A Metamorfose – Franz Kafka A Metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importante de toda a história da literatura do século XX. Sem cerimónias nem preâmbulos, o autor coloco-nos perante um caixeiro-viajante, o famoso Gregor Samsa, que numa manhã como tantas outras, acorda, para se ver metamorfoseado num repugnante inseto gigante. A partir daqui, a história é narrada com um realismo desconcertante que associa o inverosímil e um certo sentido de humor ao que é trágico e grotesco na condição humana. Kafka faz tudo isto no seu inconfundível estilo transparente e perfeito, e ao mesmo tempo quase básico mas prosaico, como só um verdadeiro mestre da ficção é capaz de fazer.
A frase de abertura do livro, que relata a descoberta de Gregor de que se tinha transformado num inseto gigante e monstruoso, define o tom para o resto da história. A frase conta o bizarro caso da transformação de Gregor de uma forma simplista e sóbria, e este contraste entre uma situação extraordinária e os termos tão comuns utilizados para a descrever, criam a sensação de que o autor pretende que o mundo, na história, seja absurdo e caótico ao invés de racional e ordenado. E Gregor personifica esse tom absurdo logo desde o início. Quando primeiramente se apercebe da sua transformação ele não parece ficar sobremaneira preocupado e trata-a como se fosse um comum distúrbio no seu sono, como se não fosse inteiramente fora do comum. À medida que a história progride ele continua a focar-se em preocupações maioritariamente vulgares como perder o emprego, o seu desconforto físico, a situação financeira da família, mantendo assim o tom absurdo durante toda a história.
Nesta altura, começamos também a apreender determinados detalhes da vida humana de Gregor e temos os primeiros vislumbres dos seus sentimentos de alienação daqueles ao seu redor. Como está deitado na cama incapaz de se levantar para ir trabalhar, ele começa a pensar no seu trabalho como caixeiro-viajante, e