DOIS GIGANTES E UM CONDOMÍNIO: DA GUERRA FRIA À COEXISTÊNCIA PACÍFICA (1947-1968)
A consolidação da hegemonia norte-americana no mundo não foi uma meta exclusivamente ideológica, a força mais profunda foi construída no ambiente econômico. Assim, os EUA criaram doutrinas para conseguir mais espaço econômico, político e ideológico no mundo pós-guerra, como a Doutrina Trumann, que foi criada para combater o comunismo e a influência soviética (estopim da Guerra Fria) e o Plano Marshall, que anunciou um conjunto de ações que orientaram a presença norte-americana na reconstrução econômica e social da Europa Ocidental.
As reações da URSS foram lentas. Stalin acreditava que a presença de capitais norte-americano no leste europeu impulsionava as forças anti-comunistas e articulava o poderio estratégico militar dos EUA no continente europeu. A URSS criou uma versão crítica das doutrinas norte-americanas, o Kominform, que tornou-se instrumento privilegiado da propagação da revolução comunista no mundo e do controle ideológico dos partidos comunistas no leste europeu.
Três fatores alimentaram a disputa na Guerra Fria: os soviéticos reiniciaram o processo de militarização das fronteiras, o recrudescimento (sovietização da Europa oriental da política de espaços na Europa e o aceleramento do projeto de desenvolvimento da bomba atômica.
O equilíbrio atômico entre as duas superpotências se tornaria, assim, um dos eixos “quentes” da Guerra Fria até a segunda metade de 1950.
Disputas interimperiais norte-americanas e soviéticas se fizeram presente em todo o mundo, disputando, quase sempre, novos espaços no condomínio internacional.
Em Berlin, confrontaram-se os dois mundos, assim, Stalin a bloqueou para testar a determinação de seus adversários cortando o tráfego ferroviário e rodoviário. Desta forma, os EUA