Doenças neurológicas
Dentre as doenças neurológicas certamente a Doença de Parkinson (DP) merece atenção uma vez que é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns relacionadas à idade, com uma prevalência estimada em 3.3% no Brasil (Barbosa et al., 2006). Trata-se de uma doença subcortical crônica, com predomínio de sintomas motores tais como tremor, rigidez, lentidão e instabilidade postural. No entanto, sintomas não motores, como depressão e alterações da cognição, são comumente encontrados e são, muitas vezes, mais incapacitantes que a doença per se, comprometendo a qualidade de vida de pacientes e familiares. A depressão é uma síndrome que afeta cerca de 35% dos doentes com DP(Reijnders et al., 2008) e seu diagnóstico e tratamento representam um desafio especial mesmo para clínicos experientes, já que sintomas comuns a ambas entidades freqüentemente se sobrepõem. Apesar dos achados controversos da literatura, existem evidências de que a depressão apresente um impacto negativo sobre o funcionamento cognitivo e a sobrevida de pacientes com DP. Sintomas cognitivos e depressivos na Doença de Parkinson (DP) são, muitas vezes, difíceis de serem separados no contexto clínico. A prevalência de demência associada à Doença de Parkinson (DP) encontrada nos artigos nacionais é de 10,9% (3,2 a 18,7%), enquanto em estudos internacionais encontra-se na faixa de 20 a 40% (Silberman et al; 2002). O reduzido número de trabalhos em nosso meio, no entanto, ainda não permite a obtenção de valores fidedignos para expressar a freqüência de casos de demência na DP nem estabelecer com precisão os fatores de risco associados (Silberman et al,2002). A interação entre depressão e DP é complexa e bidirecional. Uma revisão da literatura, com artigos clínicos seccionais, prospectivos e de caso controle avaliando a função cognitiva de parkinsonianos com e sem depressão
evidenciou que os trabalhos sobre o impacto da depressão na cognição de