Doença- toc
Medos e preocupações fazem parte do nosso dia-a-dia. Aprendemos a conviver com eles tomando certos cuidados. Fechamos as portas antes de deitar, lavamos as mãos antes das refeições ou depois de usar o banheiro, desligamos o celular antes da sessão de cinema ou verificamos periodicamente o saldo bancário de nossa conta. Esses mesmos comportamentos e preocupações, entretanto, podem se tornar claramente excessivos, quando repetidos inúmeras vezes em um curto espaço de tempo e quando acompanhados de grande aflição. É comum, ainda, pelo tempo que tomam que comprometam as rotinas e o desempenho no trabalho. Isso configura o que, de forma convencional, chamamos de obsessões ou compulsões, sintomas característicos de um transtorno bem mais comum do que se imagina, o TOC.
Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira, interferindo nos momentos de lazer ou férias, nos compromissos sociais e no trabalho.
Em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença.
Por exemplo, os armazenadores geralmente se sentem bem ao lado das coisas que juntam, mesmo que a casa esteja completamente atravancada de objetos sem nenhuma utilidade. Sentem extremo desconforto ou raiva como se fosse uma violação da sua privacidade caso algum dos seus objetos tenha sido tocado ou trocado de lugar por outra pessoa que não seja eles mesmos. Da mesma forma, os que apresentam obsessões de contaminação e rituais de lavagem com muita frequência impõem aos demais seus