Doença emergentes
A expectativa de erradicação das doenças infecciosas propiciadas pelo advento da teoria da origem microbiana das infecções e pelo posterior descobrimento da penicilina não se confirmou.
No estudo sobre a história das doenças, os autores reconhecem que, embora o declínio de certos males como tuberculose, difteria, febre amarela, varíola, tifo e sífilis tivesse sido anterior aos progressos obtidos na bacteriologia, na imunologia e às subsequentes medidas terapêuticas - devido ao controle e ao saneamento ambientais -, durante algumas décadas acreditou-se que com o descobrimento dos antibióticos a humanidade venceria a guerra contra seus 'inimigos invisíveis' e teria aumentada a sua expectativa de vida. A partir desse raciocínio, criou-se a tese da "era da doença crônica", na qual as infecções seriam minimizadas ou controladas.
As bases de sustentação da teoria da transição epidemiológica - na qual as doenças crônico-degenerativas teriam deslocado as doenças infecciosas do lugar de principais causas de mortalidade - foram questionadas e, de certa forma, superadas especialmente pela emergência da aids. A transição epidemiológica representava a explicação hegemônica das grandes tendências nos processos de adoecimento e morte das populações até meados dos anos noventa1. Contrariamente a essa explicação, autores têm demonstrado que muitos micro-organismos possuem complexos mecanismos de adaptação aos antibióticos, enquanto a produção de medicamentos e a pesquisa básica para compreender a vida dos diversos micro-organimos são mais lentas que seus complexos processos de propagação e mutação2. Uma das consequências foi o ressurgimento de doenças que já haviam sido controladas, exigindo a descoberta e síntese de antibióticos de segunda e terceira gerações. A ocorrência de pneumonias causadas por bactérias resistentes torna a situação cada vez mais semelhante à que existia antes da descoberta dos antibióticos.
A drástica separação entre doenças