Doença da urina de xarope de bordo
Este erro inato do metabolismo decorre da deficiência da enzima desidrogenase de cetoácidos de cadeia ramificada, levando ao acúmulo, na corrente sanguínea, dos aminoácidos leucina, isoleucina e valina. Como consequência desse acúmulo, há interferência nas funções cerebrais.
Acomete aproximadamente 1 indivíduo em cada 185000 nascidos vivos em todo o mundo. Sabe-se que mutações nos genes BCKDHA, BCKDHB, DBT e LDN são responsáveis por causar esta patologia.
As manifestações clínicas tipicamente surgem entre o quarto e o sétimo dias de vida e incluem letargia, dificuldade de sucção, vômitos, desidratação, perda de peso, hipotonia axial alternada com hipertonia dos membros, opistótono, crises convulsivas e sinais de edema cerebral. Além disso, a urina dos pacientes apresenta um odor adocicado, semelhante ao do xarope de bordo.
A confirmação do diagnóstico é alcançada através da análise dos níveis séricos de leucina, isoleucina e valina, que se apresentam elevados na doença, por meio de análise quantitativa de aminoácidos.
O tratamento desta doença envolve a inibição do catabolismo proteico, manutenção da síntese proteica e prevenção da deficiência de aminoácidos essenciais, através do consume de proteínas na forma hidrolisada de aminoácidos livres de leucina, isoleucina e valina, visando prevenir que haja um prejuízo no crescimento e desenvolvimento intelectual. Além disso, deve ser realizado o tratamento do edema cerebral durante a sua evolução aguda, podendo ser necessário utilizar diuréticos, solução salina hipertônica, manitol e suporte ventilatório. Pode ser necessário realizar hemodiálise ou diálise peritoneal pode para diminuir o nível de aminoácidos.
Fontes:
http://www.medicina.ufmg.br/rmmg/index.php/rmmg/article/viewFile/233/216