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Castro Alves
Primeira Sombra (Marieta) Como o gênio da noite, que desata
O véu de rendas sobre a espádua nua,
Ela solta os cabelos... Bate a lua
Nas alvas dobras de um lençol de prata...
O seio virginal, que a mão recata,
Embalde o prende a mão... cresce, flutua...
Sonha a moça ao relento... Além na rua
Preludia um violão na serenata! ...
...Furtivos passos morrem ao lajedo...
Resvala a escada do balcão discreta
Matam lábios os beijos em segredo...
Afoga-me os suspiros, Marieta!
Ó surpresa! ó palor! ó pranto! ó medo!
Ai! noites de Romeu e Julieta! ...
Castro Alves
Primeira Sombra (Marieta)
Neste poema Castro Alves descreve a mulher de maneira sensual e concreta, faz comparação de sua noite de amor, com a história de romeu e julieta que encontravam-se escondidos, devido a oposição de sua família que os empedia de viver um grande amor.
Castro Alves
O Coração
O Coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu.
Um-tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.
O outro-voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na rubente flor.
Vive do mel — a que se chama — crenças,
Vive do aroma-que se diz-amor.
Castro Alves
Coração
O poema fala sobre um amor muito puro e que tudo crê e vive com muito felicidade, união paz e amor.
Castro Alves
Lúcia
“Eu e Lúcia corríamos — crianças
Na veiga, no pomar, na cachoeira
Como um casal de colibris travessos.”
Logo, entretanto, percebemos que Lúcia é uma escrava:
“Ai! Pobre Lúcia… como tu sabias,
Festiva, encher de afagos a família
Que te queria tanto e que te amava
Como se fosses filha e não cativa…”
Narrador conta então como a família branca amava Lúcia, o quanto ela tocava suas vidas e os fazia felizes. Mesmo assim, entretanto, ela logo é vendida e mandada para longe. O poema não explica porque a família venderia uma escrava pretensamente tão amada, mas sugere pobreza.
Castro Alves
Adormecida
Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede