Documento Sem T Tulo
Mantive meus olhos abertos, porém não me movia esperando que fossem embora. As noites duram mais que as manhãs e as tardes, pois são nelas que eles vem me visitar. Acho que gostam de mim, se não eles não viriam. Harry... uma névoa se formou em frente ao meu rosto. Sua voz já era mais do que conhecida pra mim, é impossível não reconhecêla. Foi o mesmo que matou a dona dos lábios vermelhos e fez dela uma pintura de sangue. meu pequeno Curly? não demorou muito até que seu rosto se formasse e ganhasse forma humanda, porém seus olhos eram negros como a escuridão que abrange meu quartinho. Quem é você? perguntei baixinho para que os outros não ouvissem e ele sorriu com seus lábios finos. Seu amigo sussurrou com sua voz ficando mais fina e suave. Me fazia ter vontade de ouvilo cantar. Mas eu não me lembro de você ele sorriu parecendo ler meus pensamentos. Vou cantar para você dormir, meu pequeno Curly sussurrou, fazendo carinho em meus cabelos. Ele alcançou a coberta e cobriu nossas cabeças para que os desfigurados não ouvissem e então começou a cantar com sua doce voz. "Devido a uma das inúmeras crises pulmonares que acometemme o ser doente,estive internado, Com terríveis hemoptises,
Num velho sanatório onde morreu muita gente.
Localizavase o antigo prédio na pobre periferia da cidade,
Junto a um canal prenhe dos detritos mais imundos;
E toda noite, de lá chegava à nossa enfermaria o som de uma canção,
A consolar os tristes moribundos.
Era a doce voz de um feto de sete meses,
Abortado um dia pela infeliz mamãe,
E que cantava bem ritmado.
Contava que seu espírito nutrirase nos esgotos sujos,
Entre amebas, bactérias, muitos vermes e alguns caramujos.
E, à sua boa mãe, ele mostravase muitíssimo agradecido,
Pela graça