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A língua no Brasil nunca foi apenas uma mera controvérsia de gramáticos, mas sim um problema nacional altamente relevante, uma vez que grande parte dos brasileiros pensava ser impossível que houvesse uma nação original, com cultura e literatura própria, sem língua original.
Foi, a partir do Romantismo - que se estendeu no Brasil até depois de 1870 - que a questão da língua em foi debutada no universo literário. A obra Iracema, publicada por José de Alencar em 1865, foi alvo de críticas pesadas por parte dos literatos reacionários, como o português Pinheiros Chagas, que acusaram o autor de escrever numa língua errônea. O fato era que Alencar não desejava sequer uma revolução linguistica, mas sim marcas de originalidade na literatura. Iracema pode ser considera o marco na tentativa de alterar uma linguagem conservadora vigente, sem traços de autenticidade, e na obra alencariana, a tentativa de rompimento com o tradicional dá-se de várias formas, notadamente percebível na colocação dos pronomes átomos, considerado uma problema para muitos tradicionalistas incorrigíveis.
Após esse período, houve um certa calmaria em se tratanto das experimentações linguísticas da literatura brasileira, até que no fim do século XIX e início do XX, os contistas regionalistas aderem à imitação da língua rude do povo e cujas obras estão repletas de brasileirismos.
Entretanto, é com o Modernismo que a questão da língua retoma todo um vigor. O modernismo representa para o Brasil uma mutação cultural e artística fundamental. Tal movimento, originado na Semana de Arte Moderna de São Paulo, em fevereiro de 1922, alia a recusa dos pronceitos e da tradição e uma refutação de ser uma mera cópia do estilo das vanguardas européias, a fim de um esforço para definir uma autenticidade propriamente brasileira. Pode-se dizer que o Brasil esperou um século para reivindicar a independência cultural - no período que compreende a independência