Documentação África
A invisibilidade da arquitetura afro-brasileira e africana na documentação histórica
RESUMO EXPANDIDO
Introdução
A palavra patrimônio, que vem do latim patrimoniu, segundo o Dicionário Michaelis, significa herança paterna; bens de família; bens necessários à ordenação e sustentação de um eclesiástico; quaisquer bens materiais ou morais, pertencentes a uma pessoa, instituição ou coletividade. O Patrimônio Histórico, por assim dizer, tendo como base àquela definição, refere-se a um bem material ou imaterial, que possua valor significativo para a sociedade. Os bens de natureza imaterial dizem respeito às práticas e domínio da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modo de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e aos lugares que abrigam práticas culturais coletivas.
Os bens de natureza material são divididos em bens móveis e imóveis, onde pelos móveis compreendem-se coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. Já os bens imóveis são os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais.
Tendo como base esses aspectos, busca-se tratar e discutir, no artigo aqui exposto, acerca da insignificância dada ao patrimônio histórico relativo à cultura negra no Brasil.
É-nos ensinado desde crianças que a sociedade brasileira que conhecemos hoje se formou, a grosso modo, por escravizados, colonizados, e colonizadores; por negros vindos da África, pelos índios nativos, e inicialmente pelos portugueses.
Os índios e os escravos, por sua vez, quase sempre nos são mostrados como sujeitos passivos da História. Das poucas documentações da época colonial até as dos dias atuais, são tratados e retratados mais como bicho do que gente, como serviçais, mão-de-obra abundante e disponível; sempre como seres dispostos e não-pensantes.
É inegável dizer que o continente Africano