DOCUMENTARIO
A constatação de que o reconhecimento do crime de bagatela é uma das formas de desobstruir a justiça com demandas que não irão, de forma geral, repercutir na sociedade por serem de caráter insignificante e, a consciência de seu papel enquanto instigadora na formação de opinião norteiam a Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina – ESMESC, a convidar os Magistrados, Professores, Alunos e demais operadores do Direito para assistir e debater o Documentário "Bagatela".
Produzido e dirigido por Clara Ramos, tem a duração de 52 minutos e será exibido no dia 14 de outubro de 2010, às 19h, no auditório da AMC/ESMESC, situado na Rua dos Bambus, 116, Itacorubi - Florianópolis - SC.
Retratando a realidade dos furtos de pequeno valor, no documentário será possível acompanhar a trajetória de Maria Aparecida e Sueli, mulheres presas por pequenos furtos, expondo-se as fragilidades do sistema judiciário brasileiro, bem assim a tensa relação entre quem quer ajudar e quem precisa de ajuda.
Sueli ficou presa por furtar um queijo branco; ao final da confusão, diz ela, de tanto ser levado de um lado a outro, o produto se esfarelou.
Várias peças de picanha tiradas de supermercados levaram Vânia à cadeia.
Maria Aparecida ficou cega de uma vista, após agressões sofridas durante sua custódia pelo furto de cosméticos.
As histórias reais, ou quem sabe surreais, dessas três mulheres, foram reconstituídas em “Bagatela”, documentário da cineasta Clara Ramos, um dos escolhidos para o projeto DocTV, da TV Cultura.
A partir dos casos que lhe foram trazidos pela advogada Sônia Drigo, Clara cria um interessante painel a respeito das mulheres presas por pequenos furtos, abrindo espaço para uma importante e atual discussão dentro do direito.
O excesso de punição por atos assim singelos, diante da falta de vigilância e fiscalização de condutas mais nocivas, bem explicita o caráter de seletividade do sistema penal.