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5801 palavras
24 páginas
Da mobilidade social à constituição da identidade política: reflexões em torno dos aspectos...Da mobilidade social à constituição da identidade política: reflexões em torno dos aspectos psicossociais das ações coletivas
Marco Aurélio Máximo Prado
RESUMO
O texto em questão aborda a constituição das identidades políticas como um processo psicossocial. Propõe que os processos de mobilização social podem inaugurar ações coletivas para mudança social; porém, para tal, são necessários três aspectos fundamentais da constituição das identidades políticas: o processo de identificação coletiva, a passagem das relações de subordinação para a consciência da condição da opressão e a delimitação de fronteiras políticas entre grupos sociais (“nós” versus “eles”). O texto faz, ainda, uma breve revisão dos estudos sobre mobilização social, considerando a reemergência da Psicologia Social como um aporte necessário para a compreensão da constituição das identidades políticas e, por último, apresenta, esquematicamente, uma interpretação do processo de mobilização social dando ênfase aos aspectos psicopolíticos.
Palavras-chave: Identificação política; Mobilização social; Psicologia política.
P
ara discutirmos a questão da mobilização social para ações coletivas e, por conseguinte, da desmobilização à luz da Psicologia Social, é necessário que se façam algumas reflexões sobre os termos mobilidade, mudança social e processo de mobilização. Partiremos das diferenciações que Tajfel (1984) fez sobre processos de mudança e mobilidade social, para sugerir que a passagem da mobilidade à mudança social está implicada pelo processo de mobilização social da ação coletiva (Melucci, 1996), e que este, por sua vez, tem como tarefa a constituição da identidade política.
Na perspectiva da teoria da identidade social de Tajfel, mobilidade e mudança se apresentam como estruturas de crenças com pressupostos contrários. Na proposta do autor, o pressuposto básico que estrutura as crenças sobre a