DO MODELO RACIONAL-LEGAL AO PARADIGMA PÓS-BUROCRÁTICO: REFLEXÕES SOBRE A BUROCRACIA ESTATAL
O artigo indica algumas particularidades da formação político-cultural brasileira, apresentando a temática do Patrimonialismo e do Estado Burocrático, bem como a Nova Gestão Pública.
O Patrimonialimo é uma herança da época feudal, vigente nas sociedades pré-democráticas, visando atender aos interesses dos governantes, que faziam uso do poder que emana do povo em benefício próprio. Assim, a Administração deixava de atender à função de defesa da coisa pública e dos interesses da sociedade, para dar atenção aos desejos que privilegiavam uma minoria.
Como marcas importantes desse tipo de administração estavam à corrupção, nepotismo, empreguismo e clientelismos. Com essas “imperfeições” e o surgimento do capitalismo e da democracia, essa forma de governar passou a ser contestada e se tornou insustentável.
Assim, a revolução industrial e o surgimento do Estado Liberal contribuíram para o surgimento do novo papel do Estado, o modelo burocrático, baseado na impessoalidade, profissionalismo e racionalidade.
Esse modelo foi analisado e sintetizado por Max Weber, e surgiu como uma reposta aos vícios e abusos que a administração pública vinha enfrentando. A partir dele, foi instaurado o poder proveniente da autoridade racional-legal, baseada na razão e na lei, garantindo a efetividade na contenção de abusos. A proposta foi de realização de um controle rígido dos processos a priori, por exemplo, aqueles referentes à admissão de pessoal e às contratações a serem realizadas pelo Poder Público, baseando-se nos princípios da profissionalização, carreira, hierarquia, impessoalidade e formalismo.
Mas esse novo modelo apresentou falhas, como a desmotivação dos empregados, a resistência às mudanças, abuso da senioridade e distanciamento no trato com a sociedade. Além da racionalidade não garantir a eficiência e eficácia da administração pública; e do