Do mito à razão
Primeiramente, a filosofia nasce do mito. Nesta mitologia existe uma divisão entre deuses, domínios e honras. Os elementos caracterizados como deuses individualizados continuam como divinos e potentes. Nesta elaboração de conceito, já está em formação o hino religioso de glória a Zeus. Assim, existem duas formas que distinguem os níveis de abstração. Em primeiro momento, o mito justifica a origem da vida. Um exemplo das aventuras dos deuses com relação ao surgimento da vida é a história onde Zeus luta contra o dragão Tifão e ao matá-lo os ventos que saem do seu cadáver separam o céu e a terra. Existem outros dois exemplos: o de Marduc e Tiamat; e os elementos naturais na organização do cosmo. E em um segundo momento estrutura seu pensamento baseado pela física jônia. Essas noções fundamentais jônias dizem a respeito da separação das coisas a partir de uma única unidade, luta e união dos seres opostos, revelando um fundo do pensamento mítico onde enraíza a sua cosmologia. A física jônia se reúne a um pensamento divergente e sob outros aspectos opostos. Ela não mais evidencia a unidade da physis, mas agora a dualidade do homem, apreendida em uma experiência no âmbito religioso e filosófico, onde existe uma alma oposta ao corpo em que ela é uma divindade assim como a natureza. E consequentemente o pensamento atrelado a alma possui outra dimensão espacial, em forma de ação e movimento. Portanto, para Conford, destaca-se em não buscar o antigo, mas sim apresentar o verdadeiramente novo, ou seja, a filosofia deixa de ser mito e passa a ser filosofia.
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