Do livro para o viol o aula show
Em sua música popular, o Brasil sempre contou com verdadeiros cronistas da sociedade. Essa tradição é uma rica fonte para pesquisas e estudos históricos. Mas pode ser mais explorada no ambiente escolar.
Não que esta seja uma idéia nova. Desde a década de 1980, quando ocorreram importantes transformações nas práticas e nos instrumentos didático-pedagógicos, o uso de fontes diferenciadas, entre elas a música, tornou-se uma tendência para a abordagem de assuntos ligados à História brasileira recente (na edição nº 20 da RHBN, veja o artigo “Lições do caipira”, sobre a utilização pedagógica da música sertaneja). Mais do que apenas ensinar, as canções capturam a atenção dos alunos, seduzem pela sensibilidade e podem até reduzir tensões em sala de aula.
No entanto, usar a música para ensinar História tem lá suas dificuldades. Na maioria das vezes, essas práticas esbarram em limites ligados à natureza da linguagem musical. Lidar com canções não é o mesmo que lidar com fontes escritas, pois a música precisa ser escutada. O estudo que se resume à leitura das letras não favorece a construção de sentidos sobre o tema e o documento. A música é som e arte: precisa ser ouvida e usufruída com deleite. Para articular essas duas dimensões, o formato aula-show pode ser uma proposta interessante.
A aula-show é, ao mesmo tempo, explicativa e prazerosa. Nela, o ensino de um conhecimento se mistura com a apresentação pautada pelo viés artístico. A condução da atividade é feita como um show, composto de canções relacionadas a algum tema histórico. Por meio das canções e das explicações sobre seus significados históricos, os alunos podem compreender a maneira como essas músicas relatam os conflitos da sociedade em que foram produzidas e as diversas interpretações que os acontecimentos recebem ao longo do tempo.
Na educação básica, a criação de uma aula-show pode ser feita pelo próprio professor, pesquisando, elaborando o roteiro e executando as