Do Império das Trevas arrancou-nos e conduziu-nos ao Reino de Sua luz admirável: sobre a irreconciabilidade entre o Reino de Deus e o Império nos três primeiros séculos do cristianismo
2086 palavras
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FACULDADE CATÓLICA DE FORTALEZACURSO DE TEOLOGIA
Do Império das Trevas arrancou-nos e conduziu-nos ao Reino de Sua luz admirável: sobre a irreconciabilidade entre o Reino de Deus e o Império nos três primeiros séculos do cristianismo
DISCIPLINA: TÓPICOS DE HISTÓRIA DA IGRJA
PROFESSOR: Pe. EDILBERTO CAVALCANTE REIS
ALUNA: ERICA MARA TORRES POMPEU
1. Sobre as trevas: sucessão de impérios e o Império Romano.
É o livro de Daniel que nos denuncia a opressão sofrida com a sucessão dos quatro impérios que oprimiram Israel. Trata-se da invasão e dominação sucessivas a partir do século VIII a. C (Sob o reinado de Oseias -732-722- o reino foi totalmente invadido, fora transformado em uma província assíria e seus habitantes foram deportados para várias partes do Império). Em seguida, o exílio da Babilônia, a dominação persa, e por fim, a mais opressora das dominações, a grega, especialmente sob a dominação dos selêucidas. Dn 11,31 e 12,11 faz referência à instalação do culto de Júpiter no templo de Jerusalém, denominando tal evento por “abominação da desolação”.1 Não nos deteremos em uma retrospectiva deste período histórico. Quisemos apenas salientar a literatura apocalíptica de Daniel em confronto com o império, ideia que se seguirá nessa análise quando da avaliação dos três primeiros séculos do cristianismo.
Importa, todavia, proceder a uma breve exposição no que tange ao período em o Império romano deitava seus tentáculos sobre grande parte do mundo. Em 63 a. C , por meio das tropas romanas, comandadas por Pompeu, a Judeia se torna um protetorado Romano. Práticas como crucificação, chacinas e escravidão, além de massacres de cidades inteiras com subsequente extermínio de povos. A crucificação era o ápice das torturas, sendo aplicada precipuamente a escravos arrogantes e provincianos rebeldes. Açoites atrozes acompanhavam o caminho da cruz. Muitas vezes os crucificados não eram sequer enterrados, mas deixados para as