Diário de uma paixão
Diário de Uma
Paixão
AGRADECIMENTOS
Esta história tornou-se o que hoje é devido a duas pessoas muito especiais, e gostaria de lhes agradecer por tudo o que fizeram. A Teresa Park, a agente que me arrancou à obscuridade: obrigado pela amabilidade, paciência, e pelas muitas horas que gastaste a trabalhar comigo ficarei grato para sempre por tudo o que fizeste. A Jamie Raab, o meu editor: obrigado pela sabedoria, humor e bom coração. Tornaste esta experiência maravilhosa para mim, e fico feliz por te poder chamar meu amigo.
MILAGRES
Quem sou eu? E como acabará esta história?
O Sol já se levantou e sento-me junto a uma janela que se embaciou com o bafo de uma vida passada. Estou uma figura digna de ser vista, esta manhã: duas camisas, calças grossas, um cachecol enrolado com duas voltas em torno do pescoço e enfiado dentro de uma camisola grossa tricotada pela minha filha há uns trinta aniversários. O termóstato no meu quarto está no mais alto que pode aguentar, e um outro aquecedor mais pequeno senta-se diretamente atrás de mim. Estala e geme e vomita ar quente como um dragão de conto de fadas, mas o corpo continua a tremer-me com um frio que nunca partirá, um frio que se foi fabricando durante oitenta anos. Oitenta anos, penso às vezes, e apesar da minha própria aceitação desta minha idade, ainda me surpreende que não tenha conseguido sentir-me quente desde que
George Bush foi presidente. E pergunto-me se será assim com toda a gente da minha idade.
A minha vida? Não é fácil de explicar. Não tem sido o percurso naturalmente esplêndido que eu imaginava que pudesse ser, mas também não andei a lurar com os fura-vidas. Calculo que tenha acabado por se parecer mais com um título do tesouro: honestamente estável, mais altas que baixas, e gradualmente tendendo a subir com o tempo. Uma boa compra, uma aquisição sortuda, e aprendi que nem toda a gente pode dizer o mesmo da sua vida. Mas não se iludam. Não sou nada de especial e