Diário de guerra

Diário de Guerra.

Hamburg 03/10/1914
Hoje eu tenho uma missão: lutar e servir o meu país. E esse sentimento é de total entusiasmo entre nós soldados, especialmente desde o momento em que a declaração de guerra da Grã-Bretanha foi lida no quartel. Não consegui dormir até às 3 horas da manhã. Estava tão animado, furioso e entusiasmado. É uma alegria partir para o front com os meus parceiros de batalha. O destino da Alemanha, com certeza, é a vitória!
A marcha até a estação de trem foi uma experiência única e inspiradora. Nós todos estávamos envolvidos pela mesma emoção, tanto os que partiam quanto os que ficavam para trás. Havia tanto entusiasmo! O batalhão sentia orgulho de poder defender a pátria querida, todos com capacetes enfeitados, gritos e aplausos, me senti totalmente motivado diante da única opção: a vitória. Para os alemães, mandar seus entes queridos para essa gloriosa luta e vencer pelo seu país, é um privilégio.
Mesmo que ocorram imprevistos, não vai ser em vão, pois este momento é tão único na vida de uma nação, é tão maravilhoso e emocionante, que oferece compensação suficiente para seus muitos sofrimentos e sacrifícios no front.

Abraços, Otto Meyer.

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Champagne 20/07/1915
Encontro-me na base subterrânea da trincheira, que agora é meu lar. Não que eu tenha escolhido morar nesse buraco de 2m de profundidade e 1,80m de largura, mas quando você é um soldado alemão, de 23 anos, no meio de uma guerra, não lhe sobram muitas escolhas.
A visibilidade das “terras de ninguém” é horrível, não só pelos sacos de areia de quase um metro que auxiliam na nossa proteção, mas também pela densa fumaça e desníveis de relevo.
Aqui não existem banheiros, faço minhas necessidades em latrinas, que são cobertas novamente quando ficam cheias. Para nossa segurança, construímos as trincheiras em ziguezague para confundir o inimigo, dificultando um possível ataque fatal.