Divisões do islamismo
Os muçulmanos estão divididos em dois grandes grupos: sunitas e xiitas. Essas tendências surgem da disputa pelo direito de sucessão a Maomé (MARTINS, 2012). Segundo Martins (2012), a divergência principal diz respeito à natureza da chefia: Para os xiitas, o Imã ou "Imam" (líder da comunidade) é herdeiro e continuador da missão espiritual do Profeta. Para os sunitas, o Imã é apenas um chefe civil e político, sem autoridade espiritual, a qual pertence exclusivamente à comunidade como um todo (umma). Sunitas e xiitas fazem juntos os mesmos ritos e seguem as mesmas leis (com diferenças irrelevantes), mas o conflito político é profundo (MARTINS, 2012). Os sunitas são os partidários dos califas abássidas, descendentes de all-Abbas, tio do Profeta. Em 749, eles assumem o controle do Islã e transferem a capital para Bagdá. Justificam sua legitimidade apoiados nos juristas (alim, plural ulemás) que sustentam que o califado pertenceria aos que fossem considerados dignos pelo consenso da comunidade (MARTINS, 2012). Segundo Gonçalves e Guimarães (2012) os sunitas atingem hoje mais de 80% do total dos muçulmanos. O grupo acredita que o nome sunita é derivado da palavra “Sunna”, referente aos preceitos empregados há séculos, com base nos ensinamentos do profeta Maomé, dos califas e das autoridades ortodoxas. Eles afirmam, também, que esse nome significa um caminho “moderado”, referindo-se à ideia de que o sunismo exerce uma posição neutra, diferente dos que atuam como extremistas, que é característica dos xiitas. Os xiitas, predominantes no Irã e Iraque, não aceitam a direção outorgada pelos sunitas; para eles somente os descendentes do profeta são conhecedores e interpretadores do Corão, e afirmam que isso se dá graças ao conhecimento dado por Deus. Os xiitas consideram “Ali”, primo e genro do profeta Maomé, como seu sucessor, e não consideram os califas que vieram em seguida. Embora a concentração de xiitas seja pequena, aproximadamente