Diversos
Em que pese o recorrente desinteresse do governo em expandir a educação pública, sobretudo a escola elementar, a conjuntura do início do século XX se mostrou favorável para a criação de expectativas na população quanto às oportunidades educacionais, gerando uma demanda que partiu dos setores médios, que viam na educação uma via de ascensão social.
Além desse interesse pela expansão das oportunidades educacionais, intelectuais imbuídos do espírito de mudança encampado pela república, levantaram o debate sobre os “grandes temas nacionais”, no sentido de modernizar o país. Um desses temas foi a educação popular, manifesto no problema do analfabetismo. Este movimento, originário dos segmentos intelectuais que deram suporte a proclamação da república, reivindicava a desanalfabetização do povo, imbuídos da ideia de que os problemas do país só poderiam ser resolvidos com a extensão da escola elementar a toda a população.
O “Entusiasmo pela Educação” foi um movimento que eclodiu nos primeiros anos da república reivindicando mudanças quantitativas, no sentido da expansão da escola elementar ao povo, com a preocupação de combater o analfabetismo. No entanto, a política oligárquica que se instaurou após a proclamação da república, arrefeceu a discussão dos “grandes temas nacionais” que ficaram em segundo plano, frente aos interesses dos grupos que ocuparam o poder político.
Após a 1ª. Guerra Mundial, a expansão da industrialização e da urbanização, fez com que os setores médios e intelectuais retomassem o movimento, agora por ação da sociedade civil, no sentido de retomar a questão do analfabetismo. De acordo com Ghiraldelli Jr. (1994):
O entusiasmo pela educação dos anos 10 caminhou através de entidades da sociedade civil e foi fomentado por intelectuais ligados às parcelas da nascente burguesia e das classes médias urbanas não direta e exclusivamente vinculadas ao