Diversos
Hannah Arendt (Da Violência, Ed. Universidade de Brasília, 1985. Trad. Maria Cláudia Drummond Trindade)tem uma especial preferência pela política e opta pela esfera da ação, pela vita activa como perspectiva filosófica. Para a autora, em relação ao problema da legitimidade jurídico-política, por mais que a teoria lhes ilumine, é fundamental explorar suas essências (ontologia) no terreno dos fatos, pois é nos eventos que tudo se revela. O pensamento político deve tomar como referência a orientação da "experiência viva", de onde emerge o passado. Segundo ela, a história compõe-se de eventos singulares que constituem rupturas e re-surgimentos em meio a continuidades. Neste sentido, Arendt transita entre passado e futuro, apontando fragmentos de acontecimentos significativos para o presente, perscrutando-lhes o conceito e atribuindo sentido a estes fatos. Quanto à norma jurídica, mais do que seu conceito lógico para apreensão e constituição do Direito, é sua aplicação que deve ser vista como um fato, onde está o mundo jurídico.
A obra "Da Violência", escrita entre 1968 e 1969, trata de uma investigação acerca da "natureza e das causas da violência". Tal discussão se estrutura em três partes. A autora parte da descrição e discussão dos acontecimentos políticos imediatos, colocando-nos o sistema de guerra e violência a que estamos submetidos. Para a autora, a guerra é o sistema social básico, dentro do qual outros tipos de organização social conflitam ou conspiram. Superpopulação, por exemplo, para a autora, redunda em agressividade e violência. Assuntos discutidos, por exemplo, é que à Segunda guerra mundial não se seguiu a paz, mas sim uma guerra fria e o estabelecimento do complexo militar-industrial. Não menos hoje, algumas décadas após o lançamento da obra - atualíssima - ainda temos prioridade do potencial para luta armada como a principal força de estruturação da sociedade. Os sistemas econômicos, as filosofias políticas e a