Diversos
"O homem, dito sapiens, é o único animal capaz de destruir, irremediavelmente, seu próprio habitat, que é a nossa frágil biosfera. Mas também é o único com habilidade para reverter esse processo que ele próprio deflagrou." [Toynbee (1982) apud Mello, 1996, p.8].
2.1 Uma Visão Global
O meio ambiente vem, nas últimas décadas, atraindo maior atenção e interesse. Mas, desde a década de 60, a deterioração ambiental e sua relação com o estilo de crescimento econômico já eram objeto de estudo e preocupação internacional. Cita-se, por exemplo, Albert Shweitzer (1954) que ganhou o Prêmio Nobel da Paz ao popularizar a ética ambiental e o livro "Primavera Silenciosa", de Rachel Carson, lançado em 1962, que trata do uso e efeitos dos produtos químicos sobre os recursos ambientais [Genebaldo Dias, 1994, p.20-21].
Em 1968, foi fundado o Clube de Roma que, em 1972, publicou o conhecido relatório "Limites do Crescimento", denunciando que o crescente consumo mundial ocasionaria um limite de crescimento e um possível colapso [op. cit.].
Nas décadas de 70 e 80, com os desastres ambientais de Bhopal e Chernobyl - respectivamente, vazamento numa fábrica de pesticida na Índia e explosão de reator nuclear, na então União Soviética, cresce uma conscientização ambiental na Europa, seguida nos EUA, depois do vazamento de petróleo do Valdez [Callenbach, Capra et al, 1993, p.23]. Também, de acordo com Brügger [1994], a questão ambiental, nos anos 80, tornou-se um foco de grande interesse, em face dos desastres ecológicos. Desse modo, passaram a fazer parte do nosso cotidiano as previsões apocalípticas. "O ponto crucial é que a gestão dos recursos naturais não é uma questão apenas técnica e, com isso, não pode ser isolada do contexto social e político."