Diversidade
RELÁTORIO
O PRINCIPE QUE VIROU SAPO
A alfabetização é um momento muito importante e especial na vida de uma pessoa, um passo decisivo para uma longa e difícil caminhada pela estrada do saber institucionalizado. A questão técnica linguística sempre esbarra em outras questões intimamente grudadas à questão educacional, e sempre se conclui que não é possível resolver uma questão sem resolver a outra.
É fácil atribuir a uma criança uma deficiência cognitiva a partir de uma resposta imprópria que ela da num teste, mas se o sujeito fosse um adulto bem colocado socialmente, respondendo do mesmo jeito, a interpretação seria diferente. A criança tem a obrigação de provar em que estagio da aquisição do conhecimento se encontra; o adulto já é diplomado e o que faz, mesmo tão errado quanto o que fez a criança tem sempre uma justificativa. Para a criança existem as regras, para os adultos as exceções! Aprender a falar é, sem duvida, a tarefa mais complexa que o homem realiza na sua vida. Todas as crianças realizam isso de um e meio a três anos de idade. Toda criança aprende uma língua, e não fala um amontoado de sons. Uma língua é um sistema de alta complexidade em todas as suas manifestações: fonética, fonológica, sintática, semântica etc. A linguagem é toda abstrata, montada em cima de conceitualizações e generalizações, apenas sua manifestação é que é sonorizada e escrita. A alguns alunos a escola atribui todas as deficiências e déficits, mas saindo da sala de aula, o que acontece é muito diferente. Julgar a capacidade cognitiva e operacional de uma pessoa somente através da ótica da escola (ou de coisas da escola num faz-de-conta de vida) é uma estupidez intelectual. A vida é a vida,