Div Class
A cultura do feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) sempre foi reconhecida como uma cultura importante dentro do sistema de produção local no planalto do Niassa. Desde 1988, a Estação Agrária de Lichinga (EAL) tem desenvolvido um programa de investigação sobre esta cultura com objectivo de melhorar a produção no sector familiar. O programa tem incluído o melhoramento de variedades locais através de selecção massal, a selecção de novas variedades aptas para as condições do Niassa e estudos sobre as pragas e doenças do feijão. Foi na base dos resultados destes estudos que a EAL começou a introduzir novas variedades ao sector familiar para avaliação com os camponeses em coordenação com os serviços de extensão rural na campanha 1993-94. Assim, este relatório pretende dar um resumo dos resultados do trabalho feito nas três campanhas no sector familiar a fim de sumarizar os conhecimentos sobre o cultivo da cultura e redefinir as prioridades para investigação futura.
1.1. Estudos Diagnósticos da Feijão Vulgar no Sector Familiar
Ao nível do sector familiar, conhece-se pouco trabalho feito com a cultura do feijão vulgar até agora. Rendle (1985) notou em Miala, no distrito de Sanga, que a cultura principal em consociação com milho foi o feijão vulgar e de que as variedades locais, diferenciadas em "Manteiga" e "Encarnado", tinham pouca capacidade de fixar azoto devido a má nodulação. Além disso, sofriam grandes perdas por causa de pragas e doenças.
Mais tarde, Davies et. Al. (1994a) conseguiram recolher 18 variedades do feijão vulgar, com nomes locais, a volta da cidade de Lichinga. Dentro das mesmas foi possível distinguir mais 10 linhas do feijão. A partir das características das variedades coleccionadas e através de um inquérito feito na mesma altura verificou-se que os camponeses preferiam feijão de grão médio até grande (>35 g/ 100 grãos), com hábito de crescimento erecto determinado ou