Os fatos que eclodiram a Ditadura Militar são diversos, mas o ápice foi a partir do ano de 1961, com a saída de Jânio Quadros do governo, a vida política do país começou a entrar em tensão. Após sua renuncia, os grupos conservadores, representantes das elites dominantes e das forças armadas, não aceitaram a posse de João Goulart, alegando que ele tinha tendências comunistas. Na tentativa de resolver esse impasse, o Congresso Nacional votou uma emenda constitucional, que instituiu o sistema do parlamentarismo, onde Jango teria poderes limitados. Ele aceitou, assumindo o governo em 7 de setembro de 1961. Durante seu governo, tentou manter uma aproximação com as classes populares, para obter apoio social, visto que, o Congresso Nacional não o apoiava, o que comprometia a estabilidade de seu governo. Enquanto isso, movimentos populares, sindicais e de trabalhadores rurais cresciam por todo o país, assustando os conservadores que se organizaram, criticando o governo do presidente. A situação de oposição se agravou quando Jango criou o Plano Trienal, que foi uma medida econômica para combater a inflação e retomar os altos índices de crescimento, em 1963. Porém, o plano desagradou a população, pois restringia o crédito para industrias e controlava o valor dos salários, isso paralelo as reformas de base que visavam amenizar os problemas de grande parte da população menos favorecida, causando um descontentamento das elites e grupos conservadores. Nesse mesmo ano, através de um plebiscito, voltou-se o sistema presidencialista, que restaurou os poderes do presidente. A oposição alegava que Jango tinha fortes ligações com o comunismo, devido ao fato dele ter reatado relações com a União Soviética, além de tentar acordos com China e Cuba. Manifestações de apoio e oposição ao governo eclodem por todo o país: enquanto alguns trabalhadores apoiavam Jango, as elites rurais, a burguesia industrial e setores conservadores da igreja opuseram-se ao governo.