ditadura
Durante a Ditadura, mesmo com a censura, a cultura brasileira não deixou de criar e se espalhar pelo país e a arte se tornou um instrumento de denúncia da situação do país. Dos festivais de música despontam compositores e intérpretes das chamadas canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de Holanda e Elis Regina.
Enquanto a produção musical, cinematográfica e teatral no Brasil era alvo constante de censura durante o período militar, as artes plásticas passaram ao largo do terror da perseguição policial. Isso não quer dizer, porém, que os artistas mantiveram seus pincéis e ideias intocados pelos anos de chumbo no país. Pelo contrário, nas décadas 1960 e 70, com exceção do período em que vigorou o Ato Institucional nº 5, a produção desse segmento cultural foi bastante profícua, e inclusive responsável por colocar o Brasil, pela primeira vez, no mapa das performances.
O período de restrições a uma série de direitos no Brasil coincidiu com uma mudança importante no cenário artístico internacional. No início dos anos 70, a pintura e a escultura deram lugar às performances no palco principal da expressão artística. “A arte saiu dos museus e foi para as ruas e até para os corpos dos artistas”
Teatro
O teatro conheceu um esplendor que não resistiria à asfixia causada pela censura e pela repressão. Resultava do trabalho realizado, em especial, por dois grupos, o Oficina, em torno de seu diretor José Celso Martinez Corrêa (no exílio de 1974 a 78), e a Arena, em torno de Augusto Boal (no exílio a partir de 1969), que se dedicaram a criar uma dramaturgia brasileira e uma nova formação do ator. Escreveram e encenaram com muito sucesso, durante vários anos, originando vocações, peças, espetáculos e revelações de ator. Extremamente engajados, e invocando Brecht como nome tutelar vincaria a história do teatro no país. Ambos os grupos seriam dizimados pelo AI - 5, Ato Institucional, que deflagrou o