Ditadura Militar
“Com o apoio financeiro e militar das autoridades dos Estados Unidos, os articuladores do golpe romperam com as facções democráticas e promoveram o fechamento do regime político.” Esse é um exemplo da explicação quase mágica que muitos livros didáticos dão para o início do governo militar. O processo, entretanto, foi complexo e precisa ser analisado com maior profundidade em sala de aula.
Para cumprir a tarefa, é importante refletir com a turma sobre o contexto em que os militares tomaram o poder. É imprescindível explorar as reformas propostas pelo presidente deposto João Goulart (1919-1976), que fizeram diversos setores da política nacional e internacional o enxergarem como partidário do comunismo.
No contexto internacional, essa “aproximação” de Goulart com a esquerda ganha importância ainda maior. Não é possível, portanto, tratar do regime militar sem relembrar a Guerra Fria
, a Revolução Cubana e a implantação de Ditaduras em outros países da América Latina
. “O Golpe brasileiro não foi um fato isolado, mas refletiu o que acontecia no mundo todo”, explica Juliano Custódio Sobrinho, docente da Universidade Nove de Julho (Uninove).
Como mostrado no trecho acima, o apoio econômico, político e mesmo militar dos EUA foi vital para que o golpe desse certo, o que torna necessário explorá-lo mais a fundo. Os estudantes precisam questionar os motivos desse apoio – também ligados ao contexto internacional. A explicação básica é que os norte-americanos buscavam aumentar seu poder sobre a América Latina, impedindo que o socialismo e o comunismo avançassem sobre o continente. O documentário O dia que durou 21 anos (veja o trailer abaixo) esclarece esses elementos e pode ser um bom ponto de partida para o debate. O professor também deve mostrar à turma as diferentes forças que agiram internamente a favor do golpe. O apoio norte-americano se consolidou no país por meio da ação de políticos e entidades civis. “Hoje, muitas pesquisas